Primeiramente, é bom entendermos que o concreto é formado por uma pasta aglomerante (composta por cimento e água) e agregados (areia e brita). Essa pasta dá origem aos silicatos de cálcio hidratado (CSH), que são responsáveis pela resistência do concreto.

Como a resistência está diretamente ligada à água, é importante garantir as condições para que as reações químicas que ocorrem no processo favoreçam a hidratação do cimento e aumentem a resistência do concreto.

A cura do concreto é um processo no qual a mistura do cimento com os agregados vai solidificando e ganhando a forma do produto da maneira como o conhecemos. Esse processo dura, em média, 28 dias, e é uma etapa muito importante para o bom resultado em toda a estrutura da obra.

Podemos simplificar a definição de cura como o procedimento responsável pela manutenção das condições de umidade necessárias às ligações químicas que dão resistência ao concreto. Sem cura não há resistência. Aos 14 dias, a resistência de um concreto curado é cerca de 2,5 vezes maior que a do concreto mantido em ambiente seco.

Esse processo consiste em molhar o concreto já endurecido para que ele não perca a sua umidade, e deve ser iniciado tão logo a superfície do concreto não seja mais danificada pelo contato com a água. A cura deve ser realizada por um período mínimo de sete dias para lajes, e três dias para vigas e pilares, contados a partir da desforma.

Neste artigo, destacamos os problemas que uma má cura do concreto leva para a sua obra e o que pode ser feito para evitar que isso aconteça. Continue a leitura e saiba como melhorar a qualidade da construção e diminuir o desperdício.

5 problemas que podem ser evitados com a boa cura do concreto

1. Porosidade

Ocorre quando a secagem é feita de forma muito rápida e os aglomerados não conseguem se conectar de forma adequada ao cimento, formando bolhas no concreto. Outra causa da formação de poros nessa estrutura é o uso de proporções inadequadas dos materiais aglutinantes e aglomerados, que resultam em uma mistura de baixa qualidade.

Quando isso ocorre, a vida útil do concreto é reduzida. Além disso, é comum que, posteriormente, as bolhas se encham de água, enferrujando estruturas metálicas e despedaçando o concreto por dentro.

2. Erosão

A erosão no concreto pode ocorrer por vários motivos. O uso incorreto de materiais, a má mistura ou mesmo um descuido durante o processo de cura (que expõe o material a condições inadequadas) são alguns deles.

3. Rachaduras estruturais

Também conhecidas como fissuras ou trincas, esses problemas têm diversas causas — e o processo de cura inadequado é uma delas. As rachaduras deixam a estrutura exposta ao meio externo e, por isso, devem ser tratadas imediatamente.

Em casos mais graves, a fissura pode indicar até mesmo o quanto a estrutura pode suportar, por isso, um profissional especializado deve averiguar a situação.

4. Descoloração

A descoloração também é resultado de uma má execução e está ligada, diretamente, ao processo de cura. O problema acontece quando a água é adicionada à mistura de forma incorreta ou quando cimentos de diferentes origens são misturados.

5. Lixiviação

Esse processo ocorre quando a superfície do concreto apresenta avaria. Essa deformidade avança pela estrutura resultando em uma descamação que expõe o interior do material ao meio externo.

Como causas desse fenômeno, temos um processo de cura feito de forma inadequada ou, até mesmo, a escolha de um cimento de baixa qualidade.

Processos de cura existentes

Basicamente, existem três tipos de processos de cura: cura úmida, cura química e cura térmica.

Cura úmida

O processo da cura úmida consiste em manter o concreto úmido por meio do bom emprego da água em sua superfície. Há várias formas de essa cura ser executada: por molhagem, lamina d’água e aspersão.

  • Molhagem: é o processo mais simples e comum. A superfície do concreto é constantemente molhada, geralmente, com uso da mangueira;
  • Lâmina d’água: indicado principalmente para lajes, esse processo é realizado por meio de um represamento da água de modo que forme uma lâmina na superfície da laje. O intuito é o de manter o concreto sempre úmido e otimizar o seu processo de cura;
  • Aspersão: é feita com uso de irrigadores, geralmente os mesmos usados em jardins. Recomenda-se que esse processo seja constante para que o concreto ganhe uniformidade durante o seu processo de cura.

Cura química

Esse processo de cura utiliza materiais químicos para formar uma película na superfície do concreto, impedindo a evaporação da água e melhorando o processo de cura do elemento de concreto.

Cura térmica

Nesse processo, são usadas câmaras aquecidas (uma espécie de estufa) para otimizar e aumentar a resistência do concreto.

Outra técnica bastante utilizada é o recobrimento, eficiente, sobretudo, para lajes e pilares. Essa técnica consiste em cobrir o elemento de concreto com diversos materiais, como manta, areia, papel impermeável etc.

A importância de contratar uma empresa especializada para ter uma boa cura do concreto

Como o concreto é um elemento fundamental para uma boa execução de uma obra, não se pode correr o risco de deixar a produção do mesmo sob a responsabilidade de empresas inexperiente e sem autoridade técnico sobre o assunto.

Para evitar problemas, além de se contratar uma empresa especializada, que saberá executar a produção corretamente, mantendo satisfatória a proporção adequada de mistura para cada tipo de concreto.

Ao longo deste artigo, falamos sobre a importância do processo de cura do concreto para executar uma boa obra. Você também viu algumas alternativas para realizar o processo de cura na edificação que está por construir.

Lembre-se que todos os processos funcionam, apesar de eles apresentarem divergências entre si. O ideal é escolher aquele que mais se adequar à realidade da sua equipe de obras.

Se você achou essas informações úteis, ou se ainda tem alguma dúvida sobre o processo de cura do concreto, deixe um comentário com as suas experiências ou sugestões.