A compactação do solo é um procedimento que aumenta a densidade do terreno onde será construída uma edificação. A partir disso, é possível garantir mais resistência e estabilidade para todas as etapas posteriores de um canteiro.
Dessa forma, é essencial utilizar os procedimentos corretos, respeitando as normas técnicas existentes. O uso de equipamentos de segurança e a realização de estudos laboratoriais são outras questões que não podem faltar em seu planejamento. Continue a leitura para saber mais sobre o assunto e esclarecer suas principais dúvidas.
O que é a compactação do solo?
É a densificação do solo por meio de equipamentos mecânicos, como o rolo compressor ou até mesmo o soquete manual.
Toda obra exige uma movimentação de terras, já que é necessário adequar o terreno para a estrutura que será construída. A movimentação do solo faz com que ele fique em um estado fofo e heterogêneo, ou seja, pouco resistente e muito deformável.
Essas características são prejudiciais para a qualidade e a segurança da estrutura — e é nessas horas que a compactação do solo deve ser utilizada. O procedimento diminui as distâncias entre os grãos, dando maior homogeneidade ao solo. A técnica é creditada ao americano Proctor, que divulgou artigos sobre o tema em 1933.
É importante entender que a umidade do solo é um dos principais fatores a serem considerados. Quando se compacta com baixa umidade, o atrito entre as partículas é maior. Como consequência disso, não ocorre redução significativa no vazio entre os grãos.
Em umidades mais elevadas, a água propicia um efeito de lubrificação entre as partículas, que se acomodam em um arranjo mais compacto. Mas isso não quer dizer que, no processo de compactação, as quantidades de partículas sólidas e de água são reduzidas.
Na verdade, elas permanecem constantes, alterando apenas o espaço entre elas. Em outras palavras, o aumento da massa específica ocorre porque o ar é eliminado dos vazios do solo.
Em umidades baixas, o ar é encontrado em forma de canalículos intercomunicados. Ao reduzir o atrito com a água, os canalículos facilitam a saída do ar, permitindo o aumento da massa e, consequentemente, da resistência do solo.
Saiba que é preciso encontrar, em ensaios geotécnicos laboratoriais, a umidade ótima para o seu terreno. A partir de um certo teor de umidade, a compactação já não consegue expulsar o ar dos vazios. Isso acontece porque o grau de saturação já é elevado e o ar está ocluso, envolto por água.
Quais cuidados devem ser tomados para evitar o famoso “borrachudo”?
As improvisações e decisões baseadas em achismos são algumas das principais causas de problemas na engenharia civil, e não poderia ser diferente com a compactação do solo.
Uma patologia clássica da engenharia rodoviária é o borrachudo. Ela surge quando se tenta supercompactar um solo em que a umidade está acima da ótima.
Nessas condições, a saturação máxima é atingida rapidamente, já que a energia aplicada é transferida para a água, que a devolve como um material elástico, como uma borracha. Consequentemente, as pressões neutras se elevam e o solo é cisalhado ao longo de planos horizontais.
Como é necessário evitar esse problema para ter uma obra de qualidade, é essencial dimensionar adequadamente o equipamento compactador, as espessuras das camadas, o número de passadas, a velocidade da máquina e a umidade do solo.
Qual é a importância dos estudos laboratoriais?
Os ensaios geotécnicos de laboratório permitem o controle efetivo do grau de compactação e do desvio de umidade.
Em um solo, na maioria dos casos, as partículas são encontradas em diversos tamanhos. Além disso, alguns grãos estão envoltos por partículas argilosas.
Ao realizar os estudos laboratoriais, é possível traçar uma curva de variação dos pesos específicos em função da umidade. Esse elemento mostra em qual ponto se atinge o peso específico máximo, que representa a umidade ótima.
O ensaio de compactação de Proctor é o procedimento que deve ser utilizado. A técnica consiste na compactação de uma porção do solo em um cilindro com volume conhecido. A partir disso, varia-se a umidade, a fim de encontrar o ponto de compactação máxima.
Consiste em uma amostra compactada de 1.000 cm³, em três camadas sucessivas, sob a ação de 25 golpes de um soquete. O equipamento pesa 2,5 kg e é atirado de uma altura de 30,5 cm.
Como utilizar os equipamentos corretamente no momento de fazer a compactação?
O uso de ferramentas é essencial para obter bons resultados. Contudo, não basta ter o equipamento certo, é preciso considerar o tipo de solo e a forma como a compactação será realizada.
Veja abaixo mais detalhes sobre esse processo:
Tipo | Solo | Modo de compactação | Espessura da camada | Número de passadas | Velocidade do rolo | Peso ou pressão |
Rolo de pele de carneiro | Argila ou silte | Baixo para cima | 20 a 25 cm | 8 a 10 | <= 4 km/h | 2.000 a 3.000 kpa |
Rolo pneumático | Silte, areia com finos | Cima para baixo | 30 a 40 cm | 4 a 6 | 4 a 6 km/h | 500 a 700 kpa |
Rolo vibratório | Material granular | Vibração | 60 a 100 cm | 2 a 4 | >= 8 km/h | 50 a 100 kn |
Quais normas técnicas devem ser consideradas?
O controle executivo e o cumprimento normativo são essenciais para atender às demandas do mercado. As normas técnicas determinam os parâmetros mais eficientes e seguros para a construção civil.
Quando se fala da compactação do solo, é preciso respeitar a norma ABNT NBR 7182:2016 – Solo – Ensaio de compactação. Ela foi revisada em 2016, determinando a relação entre o teor de umidade e a massa específica aparente seca dos solos. O DNE-RM 162/94 é outro documento importante.
Quais são as etapas da compactação?
Inicialmente, a parte laboratorial deve ser realizada. É a partir dela que é possível analisar o material presente no aterro e planejar os procedimentos mais adequados. O teor de umidade, por exemplo, é determinado a fim de proporcionar a maior densidade do solo.
Após isso, chega o momento de colocar em prática o que foi determinado. Os caminhões lançam o solo no terreno, as motoniveladoras o espalham e a umidade é elevada por meio de caminhões-pipa.
É apenas depois desses processos que os rolos compressores entram em ação, compactando o solo.
O trabalho não para por aí. A verificação do desempenho da equipe deve ser pautada a partir do grau de compactação. Nessas horas, é realizado um ensaio para determinar se o solo foi compactado corretamente. Em resumo, é feita uma comparação entre os resultados obtidos no laboratório e a realidade do terreno.
O que fazer a partir de agora?
Antes de tomar qualquer decisão, é essencial fazer estudos geotécnicos laborais. Ter um parceiro especializado, com dedicação exclusiva à geotecnia de fundações, é imprescindível para reduzir riscos e garantir o sucesso financeiro do canteiro.
Tenha em mente também que um parceiro de confiança deve utilizar o que há de mais moderno e eficiente na engenharia, principalmente quando se trata da compactação do solo.
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