As escavações (manuais ou mecanizadas) são etapas comuns a toda e qualquer obra. Afinal, é por meio delas que é possível executar as aberturas dos solos necessárias à implantação das fundações (como sapatas, blocos de fundação e estacas), ou de outras estruturas situadas abaixo da cota natural do terreno (como reservatórios enterrados, fossas ou instalação de linhas adutoras).

O maquinário empregado nas atividades de escavação são amplamente conhecidos. Faz-se uso de escavadeiras, carregadeiras, tratores de esteira, scrapers, rompedores hidráulicos, rock drills e, eventualmente, explosivos.

Neste artigo, aprofundaremos nos principais aspectos sobre o uso de uma nova tecnologia de perfuração à distância, inovação que vem modificando atividades como as de geotecnia e a execução de fundações. Antes disso, porém, explicaremos sobre o material procedente da escavação do terreno. Acompanhe.

Classificação dos materiais procedentes das escavações

A escolha entre a escavação manual ou mecanizada dependerá da natureza do material e dos volumes a serem escavados. Em geral, os maciços, para fins de escavações, são divididos em três categorias:

  • material de 1ª categoria — abrange os solos em geral, seixos rolados ou não, residuais ou sedimentares, com diâmetro máximo e inferior a 0,15 m, qualquer que seja o teor de umidade. Esse tipo de solo é passível de ser escavado de modo manual e mecanizado. Além dos benefícios já conhecidos para fins de fundações, as investigações geotécnicas permitem a identificação da categoria do solo a ser escavado.

  • material de 2ª categoria — compreende solos cuja resistência ao desmonte mecânico seja inferior ao da rocha não alterada, na qual a extração se dê mediante combinação de métodos, demandando o uso de equipamento de escarificação para posterior remoção do material a ser escavado.

  • material de 3ª categoria — compreende os solos cuja resistência ao desmonte mecânico seja equiparado à rocha não alterada, e blocos de rocha, com diâmetro médio maior que 1,00 m, ou volume igual ou maior que 2 m³, cuja extração e redução ocorra mediante emprego de explosivos.

Escavação de controle remoto

Os serviços de escavações demandam, minimamente, uma máquina e um operador. Entretanto, a interação homem-máquina tem passado por fortes alterações, especialmente com o desenvolvimento da automação de máquinas e equipamentos.

Já está em fase de testes um equipamento que permite o controle de máquinas pesadas, como escavadeiras e perfuratrizes, de forma remota: o Safety Sense, da empresa Humanistic Robotics. Trata-se de um avanço à tradicional operação de máquinas, uma vez que essa tecnologia dispensa o uso de cabos, permitindo uma conexão sem fio e de alta usabilidade.

Por meio desse tipo de tecnologia, o trabalhador pode acionar as funções de comando no controle sem operar diretamente a máquina, o que possibilita que o processo seja realizado a distâncias que já superam os 100 m.

Esse tipo de controle conta também com um sistema para parada de emergência e é equipado com sensores que eliminam possíveis operações não intencionais, ou inseguras por parte dos operadores. Seus comandos são relativamente simples e intuitivos, com uma bateria que tem autonomia de até oito horas.

Perfuração à distância

Como o próprio nome sugere, essa categoria compreende a realização do serviço de perfuração de forma remota. Nela, o trabalhador, que fica em uma base denominada como estação de controle, opera a máquina remotamente por meio do uso de um controle remoto.

Semelhante ao que propõe a escavação de controle remoto, o colaborador responsável por operar a máquina perfuratriz faz o trabalho sem precisar estar dentro da máquina. Assim, ele dá início a escavação guiando o equipamento a distância e controlando toda a operação mediante visualização de câmeras posicionadas em diferentes ângulos.

Embora seja comum a resistência por uma parte dos operadores que afirmam precisar “sentir” a máquina, a reação após a operação remota tem sido positiva. Isso porque a evolução do serviço é monitorada com o uso de medidores e sensores específicos, que emitem todos os detalhes ao operador durante o próprio ciclo de perfuração, trazendo segurança ao operador.

Todos os parâmetros da operação podem ser registrados e arquivados em mídias eletrônicas, de modo que os dados são facilmente transportáveis para qualquer local, inclusive, para outras plataformas de perfuração.

Além disso, é possível realizar uma avaliação analítica da atividade, por meio de gráficos gerados pelo sistema, permitindo uma rápida tomada de decisão.

Vantagens da perfuração à distância

A primeira e principal vantagem dessa modalidade é, sem sombra de dúvidas, a otimização de processos. A operação remota elimina a realização de diversas atividades que seriam indispensáveis em um procedimento presencial.

A esse exemplo, pode-se citar a necessidade de inspecionar toda a área de trabalho, antes do início da operação ou da tarefa de limpeza de fragmentos — atividades que se tornam desnecessárias em um trabalho remoto. Com isso, ocorre a redução de etapas executivas, repercutindo, até mesmo, nos aspectos financeiros.

A rapidez na execução constitui mais um benefício desse método de trabalho. Os profissionais, que podem operar as máquinas de qualquer lugar do mundo, conseguem avaliar qualquer desvio na evolução dos trabalhos praticamente em tempo real, sendo possível um controle do processo com maior rapidez e assertividade.

O aumento dos níveis de segurança representa mais um aspecto positivo na adoção da tecnologia remota. Ela representa uma solução que reduz significativamente os riscos relativos à segurança dos trabalhadores nas atividades em escavações, visto que eles não estarão envolvidos diretamente no processo.

Recorde em perfuração à distância

Agora, em 2018, foi realizada a maior perfuração à distância do mundo com uso da tecnologia remota: uma escavação intercontinental feita no Texas, EUA, com o operador sediado em Estocolmo, Suécia, a uma distância de mais de 8.100 km.

Esse recorde aconteceu durante a execução de uma obra da indústria de mineração, executada pela empresa Epiroc, que faz parte do grupo Atlas Copco, com o uso da perfuratriz Pit Viper 275. O feito foi digno de ser registrado no Guinness World Records, como a maior escavação remota até então realizada.

Expectativas para o futuro

De fato, muito embora ainda não esteja sendo utilizada em larga escala, a tecnologia da perfuração à distância tem um forte potencial para se tornar uma verdadeira vedete nesse campo da engenharia — tanto por propiciar mais agilidade e velocidade quanto por oferecer mais precisão e segurança. Sua aplicabilidade pode alcançar tanto as investigações geotécnicas como a execução de serviços de fundação.

Nesse contexto, escolher uma empresa que demonstre preocupação em se atualizar no uso das mais modernas tecnologias de escavação é fundamental, especialmente para a melhoria da qualidade final das obras.

Conseguiu compreender como funciona a perfuração à distância? Está mesmo preparado para abraçar as inovações e tecnologias desse setor? Então, continue se aprofundando na área de geotecnia e fundações conhecendo algumas dicas na hora de escolher a empresa ideal para executar suas sondagens de solos com qualidade e precisão.