No ano de 2.015 foram renovadas as especificações do concreto estrutural. E ainda hoje algumas alterações continuam em desuso. Principalmente no que diz respeito a classe de consistência, o slump, do concreto.
Preparamos então esse artigo para esclarecer os termos técnicos atualizados e diminuir as dúvidas uma vez que as concreteiras desde 2.015 já utilizam a nova nomenclatura de consistência e estas ainda não foram totalmente integradas ao jargão do mercado.
NBR 8953:2015 – Concreto para fins estruturais
Esta Norma estabelece as classes do concreto em função de sua massa específica, resistência à compressão axial e consistência.
E se aplica a concretos leves, normais ou pesados, misturados em canteiro de obra ou dosados em central, no próprio local da obra ou fora dela, utilizados em elementos de concreto simples, armado ou protendido, bem como em elementos armados com perfis rígidos de aço.
Também se aplica a concretos com estrutura interna fechada, compostos e adensados de forma a não reter ar além daquele intencionalmente incorporado, preparados a partir de mistura de cimento, agregados, água e, eventualmente, aditivos ou adições.
Esta Norma não se aplica a concreto-massa, concreto projetado e concreto sem finos.
Concreto normal (C)
Todo o concreto com massa específica seca, de acordo com a ABNT NBR 9778, compreendida entre 2 000 kg/m3 e 2 800 kg/m3.
Concreto leve (CL)
Todo o concreto com massa específica seca, de acordo com a ABNT NBR 9778, inferior a 2 000 kg/m.
Concreto pesado ou denso (CD)
Todo o concreto com massa específica seca, de acordo com a ABNT NBR 9778, superior a 2 800 kg/m3.
Grupos de concreto
Os concretos para fins estruturais são classificados nos grupos I e II, conforme a resistência característica à compressão (fck), determinada a partir do ensaio de corpos de prova moldados de acordo com a ABNT NBR 5738 e rompidos conforme a ABNT NBR 5739.
Embora os valores que serão apresentados em tabela abaixo sejam a reprodução exata da tabela normativa é permitida a especificação de valores intermediários.
Aqui cabe um comentário especial: Os concretos com classe de resistência inferior a C20 não são estruturais e, caso sejam utilizados, devem ter seu desempenho atendido conforme ABNT NBR 6118 e ABNT NBR 12655.
TABELA DE RESISTÊNCIA DE CONCRETOS ESTRUTURAIS
CLASSE | RESISTENCIA – MPA | GRUPO |
C 20 | 20 | I |
C 25 | 25 | I |
C 30 | 30 | I |
C 35 | 35 | I |
C 40 | 40 | I |
C 45 | 45 | I |
C 50 | 50 | II |
C 55 | 55 | II |
C 60 | 60 | II |
C 70 | 70 | II |
C 80 | 80 | II |
C 90 | 90 | II |
C 100 | 100 | II |
CLASSE DE CONSISTÊNCIA
Aqui está a principal mudança na normatização. Os concretos são classificados por sua consistência no estado fresco, determinada a partir do ensaio de abatimento pela ABNT NBR NM 67, de acordo com a Tabela 2, e, no caso de concreto autoadensável, pelo previsto na ABNT NBR 15823-1.
Classe | Abatimento (mm) | Aplicações típicas |
S 10 | 10 <= A =< 50 | Concreto extrusado, vibroprensado ou centrifugado |
S 50 | 50 <= A =< 100 | Alguns tipos de pavimentos e de elementos de fundações |
S 100 | 100 <= A =< 160 | Elementos estruturais, com lançamento convencional do concreto |
S 160 | 160 <= A =< 220 | Elementos estruturais com lançamento bombeado do concreto |
S 220 | >= 220 | Elementos estruturais esbeltos ou com alta densidade de armaduras |
Como estamos representando fidedignamente as tabelas normativas, vamos representar as notas destas tabelas da mesma forma. Para as classes de consistência as notas são:
- De comum acordo entre as partes, podem ser criadas classes especiais de consistência, explicitando a respectiva faixa de variação do abatimento.
- Os exemplos desta Tabela são ilustrativos e não abrangem todos os tipos de aplicações.
ENSAIO DE CONSISTÊNCIA – NBR NM 67:1998
Umedecer o molde e a placa de base e colocar o molde sobre a placa de base. Durante o preenchimento do molde com o concreto de ensaio, o operador deve se posicionar com os pés sobre suas aletas, de forma a mantê-lo estável.
Encher rapidamente o molde com o concreto coletado conforme, em três camadas, cada uma com aproximadamente um terço da altura do molde compactado.
NOTA – A placa de base deve ser colocada sobre uma superfície rígida, plana, horizontal e livre de vibrações.
Compactar cada camada com 25 golpes da haste de socamento. Distribuir uniformemente os golpes sobre a seção de cada camada.
Para a compactação da camada inferior, é necessário inclinar levemente a haste e efetuar cerca de metade dos golpes em forma de espiral até o centro.
Compactar a camada inferior em toda a sua espessura. Compactar a segunda camada e a camada superior, cada uma através de toda sua espessura e de forma que os golpes apenas penetrem na camada anterior.
No preenchimento e na compactação da camada superior, acumular o concreto sobre o molde, antes de iniciar o adensamento. Se, durante a operação de compactação, a superfície do concreto ficar abaixo da borda do molde, adicionar mais concreto para manter um excesso sobre a superfície do molde durante toda a operação da camada superior, rasar a superfície do concreto com uma desempenadeira e com movimentos rolantes da haste de compactação.
NOTA -Para facilitar a operação de adensamento da última camada de concreto, pode ser utilizado um complemento auxiliar tronco-cônico.
Limpar a placa de base e retirar o molde do concreto, levantando-o cuidadosamente na direção vertical. A operação de retirar o molde deve ser realizada em 5 s a 10 s, com um movimento constante para cima, sem submeter o concreto a movimentos de torção lateral.
A operação completa, desde o início de preenchimento do molde com concreto até sua retirada, deve ser realizada sem interrupções e completar-se em um intervalo de 150 s.
NOTA -A duração total do ensaio deve ser de no máximo 5 min, desde a coleta da amostra até o desmolde (final do ensaio).
Imediatamente após a retirada do molde, medir o abatimento do concreto, determinando a diferença entre a altura do molde e a altura do eixo do corpo-de-prova, que corresponde à altura média do corpo-de-prova desmoldado, aproximando aos 5 mm mais próximos.
Caso ocorra um desmoronamento ou deslizamento da massa de concreto ao realizar o desmolde e esse desmoronamento impeça a medição do assentamento, o ensaio deve ser desconsiderado e deve ser realizada nova determinação sobre outra porção de concreto da amostra.
Caso nos dois ensaios consecutivos definidos anteriormente ocorra um desmoronamento ou deslizamento, o concreto não é necessariamente plástico e coeso para a aplicação do ensaio de abatimento.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONCRETOS
Os concretos devem ser classificados por sua massa específica em normal (C), leve (CL) ou pesado (CD), seguida de sua classe de resistência (conforme Tabela de resistência) e de sua classe de consistência (conforme de consistência, ou de eventual classe especial de consistência, e, no caso de concreto autoadensável, pela ABNT NBR 15823-1).
Exemplo:
C30 S100 – Esta nomenclatura é referente a um concreto normal do grupo I com resistência de 30 mpa e abatimento entre 100 mm a 160 mm.
CD25 S50 – Esta nomenclatura é referente a um concreto denso do grupo I com resistência de 25 mpa e abatimento entre 50 mm a 100 mm.
Esta nomenclatura normativa da NBR 8953:2015 já é utilizada em todo fornecimento de concreto realizado pela APL Engenharia. Estando localizado em Montes Claros – MG e precisando de concreto fale com a gente.
APL Engenharia
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[…] concreto para fins estruturais deve ter definidas todas as características e propriedades de maneira explícita, antes do início […]
Essa tabela apresenta um erro na definição dos grupos, o c50 é do grupo “I” e o C55 “II”.