A prova de carga é um teste feito em fundações com o objetivo de avaliar o desempenho e a interação entre solo e estrutura. O ensaio permite verificar a parcela do atrito lateral, também chamada resistência de fuste e a resistência de ponta das estacas. 

O teste com célula expansiva possibilita avaliar as estacas com menor custo e maior agilidade. Essa tecnologia é hoje uma das mais usadas no mundo e teve pioneirismo brasileiro em seu desenvolvimento. Você já conhece o ensaio? Acompanhe maiores informações!

A verificação das curvas de carga e recalque convergem para os resultados obtidos pelo método de ensaio tradicional (provas de carga estática). Vale ressaltar que o experimento bidirecional é mais eficiente, pois demanda menos tempo, menores custos para realização e gera menos interferência no canteiro de obras.

Veja, a seguir, informações importantes sobre a realização do ensaio, as etapas, quais são os resultados obtidos e quando o ensaio é indicado!

O que é a prova de carga estática?

A prova de carga estática é um ensaio feito para verificar a deformabilidade, a resistência do solo e do elemento de fundação simultaneamente. Consiste em aplicar esforços crescentes na estaca e monitorar os deslocamentos ocasionados em função de tais carregamentos.

A prova de carga estática é realizada em estacas do tipo hélice contínua, estacas escavadas e também em estacas pré moldadas de concreto ou metálicas. 

Nesta prova de carga, o elemento da fundação é solicitado utilizando um ou mais macacos hidráulicos, por meio de um sistema de reação estável. Para tanto, é comum o uso de vigas metálicas e ancoragens embutidas no terreno. 

O que é prova de carga com célula expansiva?

O ensaio considera a aplicação de carregamento por pressurização de fluído hidráulico. Desta forma, o fuste e a ponta da estaca serão solicitados obtendo as reações no segmento superior do elemento de fundação. A reação será de igual intensidade, porém de sentido contrário.

Os deslocamentos obtidos no ensaio serão medidos por extensômetros com precisão de medida de 0,01mm. A célula de carga será implantada na profundidade de equilíbrio entre resistência lateral somada ao peso próprio da porção superior da estaca. A profundidade de instalação da célula deve ser calculada antes do ensaio, que por sua vez é realizado em quatro etapas fundamentais, as quais são:

  1. Instalação de células estáticas descartáveis (CED) na posição determinada. As CED deverão ser acopladas à armadura da estaca. A posição de implementação da CED é parte importante para o sucesso do ensaio.
  2. Acompanhamento da concretagem, nesta etapa é verificado se o sistema de medição foi instalado no ponto correto. Caso a instalação não seja adequada, os resultados do ensaio não serão válidos, portanto, perde-se o experimento.
  3. Ensaio para adquirir as curvas de cargas, deslocamento e recalque. São usados relógios comparadores e acoplados sistemas de pressão aos tubos conectados às células estáticas descartáveis.
  4. Depois de concluído o ensaio, deve-se injetar calda de cimento na estaca para restaurar as fissuras ocasionadas pelo procedimento. É normal que na parte recuperada ocorra um alargamento de sessão, pois, a calda pressurizada será inserida com tensões superiores àquelas resistentes do solo.

Quais são os resultados obtidos?

A prova de carga com célula expansiva resulta em três curvas de análise, as quais:

  • curva de recalque do topo ou fuste da estaca;

  • curva de recalque da base do fuste e ponta da estaca;

  • curva de recalque que soma causa e efeito.

As curvas de carga e recalque de topo e base da estaca ou curvas bidirecionais podem ser convertidas a uma única curva de carga e recalque, por meio de uso de modelo matemático. Esse modelo converge para os resultados obtidos no ensaio de carga tradicional.

A prova de carga com célula expansiva fornece os resultados necessários para avaliação das estacas e do solo simultaneamente, porém de forma mais econômica quando comparada ao ensaio tradicional. A metodologia é muito precisa e eficiente.

Quando realizar a prova de carga com célula expansiva?

O ensaio é indicado para substituir a prova de carga estática. Segundo a NBR 6122, o experimento é indicado a partir de um número mínimo de estacas e variável de acordo com o tipo de estaca. As considerações da normativa seguem o estabelecido na tabela abaixo.

Tipo de estaca A (Mpa) B (ud)
Estaca pré-moldada 7 100
Estaca de madeira 100
Estaca metálica – aço 0,5 Fyk 100
Estaca hélice contínua 5,0 100
Estacas escavadas com ou sem fluído 5,0 75
Estaca raiz 15,5 75
Microestaca 15,5 75
Trado segmentado 5,0 50
Franki 7,0 100
Estacas escavadas sem fluído 4,0 100
Strauss 4,0 100

Qual é a importância do ensaio?

Os ensaios de resistência de fundação implicam em alto custo, prazo de execução e interferências no canteiro de obras, por isso, buscaram-se maneiras de atestar o desempenho de solo e fundação simultaneamente, de forma mais prática e sem onerar a execução do serviço. A prova de carga com célula expansiva possibilita dimensionar fundações mais econômicas, eficazes, com menor coeficiente de segurança e conferir a adequação do projeto.

A redução do coeficiente de segurança é possível, pois, o modelo bidirecional verifica in loco as resistências consideradas em dimensionamento. Com os dados de resistência, o cálculo é validado.

A prova de carga com célula expansiva é um processo de fácil execução, permite instalação simultânea à execução da estaca e gera menor interferência no canteiro de obras. A verificação não depende do uso de guindastes e ancoragens externas. Também viabiliza verificar capacidades ilimitadas de carga.

A prova de carga com célula expansiva dispensa o uso de tirantes, vigas de reação e cargueiras para avaliação. Além das questões econômicas, o teste diminui a probabilidade de acidentes no canteiro de obras, uma vez que a estabilidade do sistema é assegurada. Ao instalar a célula expansiva acompanhada da execução da estaca o ensaio se torna mais rápido.

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